Rate this post

A China já foi conhecida por ser um país que servia de linha de montagem para empresas estrangeiras ou como mera copiadora de produtos, os quais vendia pela metade do preço para o mundo, porém isso faz parte de um passado, e não muito longínquo. Os chineses já revolucionaram o mundo com invenções como a bússola, a pólvora e o papel (não podemos esquecer o macarrão…), e agora a potência milenar está ressurgindo, e mais uma vez no campo da revolução tecnológica.

Símbolo das reformas iniciadas há 40 anos, a cidade de Shenzhen, com seus 13 milhões de habitantes, que um dia já foi uma vila de pescadores, por meio de financiamento público e privado transformou-se em um centro global de alta tecnologia. Estão presentes na cidade as gigantes Huawei, Foxconn e Tencent, além de inúmeras indústrias de ponta como robótica, inteligência artificial e veículos elétricos, o que tem atraído cada vez mais talentos do mundo inteiro.

Em 2015 o governo chinês divulgou um plano mais ambicioso para atualizar a economia do país, conhecido como “Made in China 2025”, estabelecendo investimentos em indústrias avançadas, por meio de subsídios, empréstimos a juros baixos e diversos outros incentivos.

UM NOVO VALE DO SILÍCIO?

As indústrias chinesas estão se sobressaindo em setores como energia renovável, inovações tecnológicas em telecomunicação, big data e supercomputadores, IA, e-commerce, robótica e tecnologia espacial, e, embora o Vale do Silício não esteja prestes a desaparecer tão cedo, seu próximo maior rival já entrou no cenário internacional. O número de startups que recebem financiamento já é maior na China do que na Europa.

Em Shenzhen são fabricados produtos sofisticados que combinam hardware com software e, cada vez mais, inteligência artificial, tornando-se um polo que conecta manufatura com inovação. Isso significa que a cidade pode se tornar algo que o Vale do Silício, apesar de toda a sua imensa concentração de dinheiro e talento, nunca conseguiu ser: um centro de tecnologia com produtos disponíveis para todos os países e praticamente qualquer orçamento.

LIÇÕES PARA O MUNDO

O exemplo da China deixa lições de fácil aprendizado. Eis algumas delas: o progresso tecnológico pode e deve ser planejado, bastando, para isso, firme determinação governamental, incentivos, e, evidentemente, recursos. É necessário investir em capacitação, o que pode ser traduzido como: gastar mais, e melhor, com educação. Isso proporcionará uma força de trabalho educada e disciplinada para lidar com novas tecnologias, ou inovar com as já existentes.

A nova revolução tecnológica chinesa certamente criou desafios, como deslocamentos de empregos, aumento da poluição e reconfigurações educacionais. Além disso, o avanço da tecnologia, que supostamente facilitaria a vida, é, ao contrário, um problema para os idosos. Concomitantemente a isso tudo, as novas tecnologias trarão avanços para a humanidade e criarão grandes oportunidades para empresas e indivíduos que possam antecipar as oportunidades e descobrir maneiras para efetivá-las. Ignorar essa oportunidade poderá significar perder o bonde para o futuro.