Atualmente, a Internet atinge mais da metade da população do planeta, que experimenta um ritmo jamais visto de progresso tecnológico. Porém, o mundo estará preparado para essas transformações, representadas, por exemplo, pela influência das mídias sociais e pela atuação da Inteligência Artificial?
Criado em julho de 2018 e copresidido por Melinda Gates, da Fundação Bill & Melinda Gates, e Jack Ma, magnata chinês do comércio eletrônico, o Painel da ONU sobre Cooperação Digital reuniu-se para criar um roteiro sobre o papel das Nações Unidas em relação às tecnologias digitais, com base nas conclusões e recomendações do relatório publicado em 10 de julho próximo passado.
UM FUTURO DIGITAL SEGURO E INCLUSIVO PARA TODOS
As tecnologias digitais trouxeram avanços sem precedentes, mas também motivaram grandes desafios. Que impacto tem na vida de uma pessoa o fato de ela fornecer seus dados pessoais em troca de serviços digitais?Novas formas de cooperação são necessárias para garantir que as tecnologias digitais sejam construídas sobre uma base de respeito à privacidade e proporcionem oportunidades significativas para todas as pessoas e nações.
Todos sabemos que as mídias sociais podem ser usadas para incitar o ódio e a violência. Nesse sentido, o painel afirma que políticas e investimentos devem permitir que as pessoas usem a tecnologia para construir vidas melhores e um mundo mais pacífico e confiante. Tendo em vista as crescentes ameaças aos direitos humanos e segurança impostas pelas mídias sociais, foi solicitado às empresas de mídias sociais que trabalham com governos, organizações da sociedade civil locais e internacionais, bem como especialistas em direitos humanos em todo o mundo, que respondam às preocupações sobre potenciais violações dos direitos humanos.
RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO
Há uma necessidade urgente de estabelecer as bases de uma economia digital inclusiva e segura para todos. Se hoje mais da metade da população mundial tem acesso à Internet, o painel recomenda que todos os adultos devam ter acesso econômico a redes digitais e serviços financeiros e de saúde habilitados digitalmente até 2030. Um conjunto de métricas para inclusão digital deve ser acordado, pesquisado e usado com urgência em relatórios da ONU, do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O relatório do Painel das Nações Unidas sobre Cooperação Digital apresenta uma série de recomendações agrupadas em cinco áreas, defendendo a inclusão digital e o desenvolvimento de capacidades dentro de uma estrutura de leis de direitos humanos, novas normas para garantir a segurança digital e uma ampla cooperação global. O estímulo ao debate público é vital para que se efetive um futuro digital seguro e inclusivo para todos.