Segundo cálculos das Nações Unidas, dois terços da população mundial podem viver até 2025 em condições de estresse hídrico. Uma maneira de aliviar esse prognóstico é a reutilização de efluentes, com o uso de Estações de Tratamento de Esgoto em edifícios.
Uma necessidade das construtoras é fazer com que todos os processos para concepção de um empreendimento atendam às legislações vigentes, incluindo critérios de sustentabilidade. Isso inclui desde os cuidados com a localização de cada edificação, passando por detalhados estudos de impacto de vizinhança e estudos ambientais, técnicas para reduzir significantemente a quantidade de materiais nas obras, gerando menos resíduos, até a reutilização dos materiais utilizados. Ambientes com luminosidade e ventilação natural, captação da água da chuva, lâmpadas com sensores, elevadores inteligentes e facilidade de mobilidade devem estar presentes nos empreendimentos, e o cuidado e tratamento dos efluentes também deve ser um dos pilares de edificações ecossustentáveis.
Antes restritas a edificações localizadas em áreas remotas, as ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto – ganham espaço, sendo instaladas até mesmo em prédios residenciais e comerciais nos grandes centros urbanos. A razão é simples: com o aumento no custo da água potável e as exigências ambientais, a água gerada pelo tratamento é reutilizada em funções como irrigação de jardins e descarga de vaso sanitário, favorecendo a sustentabilidade. A economia resultante de uma ETE bem projetada e instalada paga o investimento inicial em, no máximo, dois anos.
Os benefícios diretos do tratamento de efluentes nas edificações são o ambiental, o sanitário e o de saúde pública. Ele elimina a poluição de rios e demais cursos d’água, permitindo que essas águas permaneçam balneáveis e fontes de recursos hídricos para consumo humano. Dessa forma, ficam garantidas as boas condições de saúde pública, eliminando a contaminação de pessoas e animais por meio da água, um grande veículo transmissor de doenças. O tratamento do esgoto evita infiltrações de águas poluídas que acabam contaminando o solo, por meio do qual atingem reservas naturais subterrâneas de águas, que podem ter sua pureza comprometida.
Localizado em Brasília, DF, o Centro Corporativo Portinari obteve o certificado LEED Platinum, o primeiro a alcançar o mais alto nível LEED na região Centro-Oeste. A Orion foi a responsável pela instalação do sistema de esgotamento a vácuo, capaz de sugar e triturar o esgoto como uma forma de diminuir a eliminação de resíduos, que se decompõem lentamente no meio ambiente, reduzindo drasticamente a quantidade de água para esse uso. O Centro Corporativo Portinari é um exemplo de edificação ecossustentável e como diretrizes de sustentabilidade inovadoras da Infraestrutura 4.0 podem assegurar o uso racional da água, eficiência energética e qualidade do ambiente interno.