Em construção, quando se fala de proteção contra incêndio, costuma-se falar em ‘proteção ativa’ e ‘proteção passiva’. Os conceitos são simples de entender.
O incêndio é uma das coisas mais assustadoras. Quem não se lembra das tragédias dos edifícios Andraus e Joelma, ambos na década de 1970, em São Paulo, e, mais recentemente, o incêndio do Museu Nacional, em 2018, no Rio de Janeiro? Os incêndios causam danos irreparáveis a edifícios e patrimônios, perdas de vidas humanas e, às vezes, até mesmo destruição de bairros e cidades inteiras; evitá-los e ter mecanismos para combatê-los é obrigação e função de todos.
Na proteção ativa, equipamentos e medidas entram em ação para combater o fogo que já se iniciou, evitando que se propague pela edificação, a partir de uma abordagem mais direta. Alguns exemplos desse sistema: extintores de incêndio, hidrantes, sprinklers, alarmes de incêndio, entre outros.
Nas soluções de Proteção Passiva Contra Incêndios (PPCI), estão incluídos materiais e soluções que aumentam o tempo de resistência contra a ação do fogo e suas consequências, garantindo-se, assim, uma maior proteção ao patrimônio e às pessoas. Isso dá tempo suficiente para que as pessoas possam deixar o local com segurança e o Corpo de Bombeiros consiga resgatar as vítimas para combater o fogo.
A PPCI consiste em medidas de proteção que abrangem meios de escape, como saída e iluminação de emergência e rotas de evacuação. A compartimentação e a proteção estrutural do edifício também entram em cena, com o uso de materiais que protegem do fogo por mais tempo.
Alguns exemplos são paredes especiais, portas e forros corta-fogo, lajes e barreiras de cortina ou vidros resistentes ao fogo, além de produtos usados para selar passagens de fogo e fumaça.
De acordo com a ABPP (Associação Brasileira de Proteção Passiva Contra Incêndio), as medidas de proteção passiva contra incêndio atingem seus objetivos ao elevar o tempo de resistência de estruturas ao fogo. Elas também têm outras funções: reduzir a propagação de chamas e a emissão de fumaça nos materiais de acabamento e revestimento; promover a compartimentação vertical e horizontal, confinando o fogo em um determinado ambiente; limitar os riscos das chamas, da fumaça e dos gases quentes; delimitar a radiação térmica de um incêndio.
As proteções ativa e passiva são complementares em uma edificação. Enquanto a passiva compartimenta os ambientes para que o fogo não se propague pela edificação, a ativa extingue o incêndio ainda na sua origem. Juntas, as duas soluções preservam o bem maior — a vida humana.