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Nas grandes cidades brasileiras vemos edifícios novos e eficientes, mas também alguns muito antigos e ineficientes, reflexos de uma época em que as noções de sustentabilidade e preservação ambiental não existiam. É um desafio tornar edifícios já existentes sustentáveis, mas os benefícios de se buscar práticas verdes são pronunciados e duradouros.
O termo retrofit significa uma técnica de adaptação de construções mais antigas, com o intuito de preservar a estrutura original da edificação e, ao mesmo tempo, fazer com que o edifício passe a utilizar materiais e equipamentos muito mais modernos e avançados, além de produtos e técnicas ecologicamente sustentáveis. Um equívoco amplamente difundido entre proprietários e gerentes de edifícios é que retrofits de sustentabilidade não só custam muito, mas também causam grandes interrupções nos negócios. Tornar um edifício sustentável, no entanto, não significa fazer uma reconstrução ou uma reforma arquitetônica completa. Isso pode ser feito estendendo as funcionalidades de alguns módulos existentes e incorporando alguns novos equipamentos.
É possível reformar a maioria das edificações existentes com recursos verdes. Os edifícios verdes procuram melhorar não só a eficiência energética da estrutura, mas também a saúde dos seus ocupantes. Alguns ajustes tornam a infraestrutura existente mais saudável e sustentável. A instalação de painéis solares e a integração com o sistema elétrico existente não levam mais do que alguns dias e geralmente não causam muitas interrupções nas operações. A simples substituição de lâmpadas comuns por LEDs, com sensores de presença, pode economizar até 75% de energia. A água deve ser usada com mais eficiência: reformar banheiros com torneiras, sanitários e chuveiros de baixo fluxo pode ajudar a economizar mais água. Um passo adiante pode ser dado com a captação e processamento da água da chuva. A iluminação natural não deve ser esquecida: a incorporação de luz natural em um prédio antigo também é possível sem grandes mudanças arquitetônicas. Usando claraboias e dispositivos de redirecionamento de luz, qualquer edifício antigo pode ser iluminado naturalmente. Os resíduos podem ser destinados a cooperativas de reciclagem, que geralmente fazem a coleta no local, ou até mesmo vendidos, gerando alguma renda para o condomínio sustentável. O uso de telhados verdes ajuda a reduzir o calor no edifício, além de ampliar a vegetação nas cidades. Películas podem ser instaladas nas janelas; além de embelezar a fachada, são responsáveis por controlar a claridade de maneira inteligente, proteger o ambiente dos raios UV e proporcionar conforto térmico no local. Com isso, reduz-se o uso do ar-condicionado e de iluminação artificial.
Ao implementar conceitos de sustentabilidade em um edifício existente, somente isso já economizará cerca de 20-22% do consumo de energia. Junto com ela, a água também é conservada, reciclada e reutilizada para diversos fins, usando métodos verdes. Com o plantio de vegetação ao redor do terreno e na cobertura, pode-se garantir um ambiente mais saudável e fresco e, assim, melhorar a qualidade de vida dos ocupantes. Essas iniciativas também incentivarão outros engenheiros e construtores a adotar práticas verdes e promover a sustentabilidade não apenas em novas construções, mas também nas estruturas existentes.