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Biohacking é a arte ou ciência de mudar o ambiente ao seu redor e dentro de si mesmo, para que obtenha controle total sobre sua própria biologia, com o objetivo de sentir-se mais saudável, ficar mais forte ou inteligente, ou simplesmente não adoecer. O biohacker usa dados sobre si mesmo e o ambiente para aperfeiçoar sua rotina diária de comer, dormir, trabalhar e se exercitar para obter o desempenho ideal. Para essa coleta de dados, dispositivos vestíveis são utilizados. Atividade cerebral e cardíaca, qualidade do sono, cognição, produtividade – quanto mais dados se obtiver sobre as funções mecânicas do corpo, mais poderá ser otimizada a máquina humana.

Segundo o biohacking, se quisermos ter mais energia e foco, ser mais saudáveis, ter uma memória melhor e um desempenho ideal nos negócios e nas atividades físicas, basta seguir alguns passos: corrigir a postura; ingerir alimentos saudáveis, beber muito líquido e fazer jejuns periódicos; estar mais em contato com a Natureza; respirar ar fresco; expor-se à luz solar; fazer meditação.

BIOHACKING X BIOTECNOLOGIA

Embora pareça algo recente, a biotecnologia é uma ciência bastante antiga. Ela já era usada, por exemplo, para se adicionar certos componentes a bebidas e alimentos (como a levedura), para melhorar seu sabor ou aparência. Na moderna biotecnologia, os pesquisadores modificam o DNA e as proteínas para moldar as capacidades das células, plantas e animais vivos em algo útil para os seres humanos. O progresso biotecnológico frequentemente afeta experimentos em biohacking e vice-versa. Muitos biohackers usam inovações em biotecnologia para ideias e dados; a biotecnologia, por sua vez, também busca experimentos feitos por biohackers para orientar suas pesquisas.

BIOHACKING NO AMBIENTE DE TRABALHO

Segundo o conceito de biohacking, alguns equipamentos devem estar presentes em um escritório: parede verde, luz de matiz variável, monitores à altura dos olhos, fonte de luz natural, plantas no interior, mouse, teclado e cadeira ergonômicos, fones de ouvido com supressão de ruído, mesa com altura variável, garrafa d’água.

Apesar de já existir há algum tempo, somente agora o biohacking está chegando ao ambiente de trabalho. Por mais estranho que isso possa parecer, algumas empresas americanas já promovem um jejum coletivo de algumas horas por semana entre seus funcionários. Segundo os idealizadores, esses dias se transformaram nos mais produtivos. Em outras corporações, sensores de frequência cardíaca são usados antes de reuniões importantes. O resultado são reuniões mais cooperativas e criativas. Dave Asprey, defensor do biohacking, afirma: “quando você controla sua biologia, também controla sua mente e pode tomar melhores decisões, transformando-se em uma pessoa melhor.”

Com a prática do biohacking no local de trabalho, diversas questões éticas já despontam. Os dados coletados serão utilizados para avaliar o desempenho das pessoas e determinar recompensas e promoções? Quem terá acesso a essas informações?Apesar de o biohacking ser uma ferramenta valiosa para a autodescoberta e um meio para que os funcionários obtenham maior autoconsciência e controle sobre suas emoções, não deve ser utilizado para controlá-los e manipulá-los.

Estudiosos afirmam que a quinta e próxima revolução industrial será a época da convergência biotecnológica, com ênfase no biohacking, o qual, conjuntamente com a Inteligência Artificial, moldará o futuro da tecnologia. Estamos preparados para ela?