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O Gerenciamento de Facilities (Facilities Management – FM) vem apresentando crescimento constante ao longo das décadas. Somente no Brasil, fontes indicam que o giro de capital envolvido nas atividades do segmento é de bilhões de reais. A tecnologia em constante mudança e as expectativas cada vez maiores da força de trabalho, porém, tornaram o FM bem diferente do que era há trinta anos.
Surgido nos Estados Unidos na década de 1960, o termo “Facilities Management” descrevia o crescimento de práticas de terceirização dos serviços bancários, relativos a processamento de cartões de créditos e outras transações, porém, uma discrepância em escala global levou à sua eclosão no Brasil e no mundo, anos mais tarde: a necessidade cada vez maior de mão de obra, voltada, a princípio, para segurança e limpeza, aliada à baixa oferta de trabalhadores para esses serviços, com qualidade cada vez mais escassa.
Na década de 1970, embora os computadores ainda ocupassem muito espaço, seus preços foram diminuindo gradualmente, o que os tornou acessíveis a uma ampla gama de setores, inclusive o FM. O ambiente construído, porém, era tratado simplesmente como um local contendo as ferramentas de produtividade. A mentalidade ainda era fabril, sem terceirização, com escritórios em cubículos e mercado imaturo.
Com a mudança da mentalidade empresarial, a década de 1980 vai encontrar o FM “modernizado”. O ambiente construído tornou-se uma ferramenta a qual os gerentes de Facilities poderiam aproveitar para atingir as metas organizacionais, com soluções orientadas, terceirizado, sistemas móveis e mercado desenvolvido.
Do ano 2000 em diante, o FM se desenvolveu de forma variada e a diferentes taxas, gerando uma atividade dispersa e carente de unificação. Com um mercado cada vez mais aprimorado, era necessário foco na otimização de custos e gerenciamento de espaço. As funções e responsabilidades do FM passaram a abranger até mesmo gerenciamento de risco, incluindo planejamento para desastres (algo que foi destacado mundialmente pelos eventos do World Trade Center em 2001) e gerenciamento de conflitos. Na década de 2000, o gerenciamento de Facilities foi igualmente ampliado para incluir funções associadas às operações comerciais, com atividades relacionadas a recursos humanos e folha de pagamento. O escopo do FM estava mudando, e rapidamente.
Hoje, com o advento da covid-19, surgiu uma comunidade verdadeiramente global de FM, com padrões globais, ferramentas educacionais, benchmarks e melhores práticas. Com mercados regionais agora maduros, impõem-se uma disciplina estratégica, instalações de trabalho conjunto, experiência e convivência.
Quanto ao futuro, à medida que o FM mudar a forma como trabalhamos, ao mesmo tempo impulsionará edifícios inteligentes e estabelecerá novas maneiras de trabalhar por meio da IoT e da digitalização. Um mercado global maduro vai definir o FM como facilitador cultural, com foco nas pessoas (RH). O espaço como serviço (SaaS) será entregue sob demanda via Internet, em vez de fornecido localmente. As vantagens de tudo isso? Maior mobilidade, produtividade, flexibilidade e redução de custos.
Por que é importante conhecer a história do FM? Como em qualquer outra análise, é imperativo conhecer o legado de um evento em particular, especialmente aquele que faz sua presença ser sentida tão fortemente no setor de serviços em geral. Para ter sucesso no Gerenciamento de Facilities, é preciso compreender como a função foi definida no passado, como é hoje e qual será o seu futuro.