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Muitos afirmam que a tecnologia separa as pessoas e as torna antissociais, terminando por destruir as famílias. Será isso mesmo? Não é o que sugerem alguns estudos.

A TECNOLOGIA COMO ATOR SOCIAL

Em pesquisa sobre o impacto da tecnologia de comunicação nas famílias nos EUA, a Ericsson ConsumerLab, empresa com vários anos de experiência no estudo do comportamento das pessoas em relação aos produtos da Tecnologia da Informação e Comunicação, afirmou: “A capacidade de manter contato contínuo ao longo do dia com outros membros da família aumenta o sentimento de proximidade e felicidade.”

O relatório final, intitulado “Tornando famílias mais próximas”, analisa como as famílias se comunicam entre si, seja pessoalmente ou usando várias tecnologias, e pergunta como a vida familiar foi transformada pela tecnologia. As famílias que participaram do estudo afirmaram que a tecnologia as ajuda a se comunicarem mais, conhecerem-se melhor e organizarem os aspectos práticos e logísticos durante a semana com mais facilidade.

A tecnologia se tornou um ator social para os membros da família, separados muitas vezes por longas distâncias. Temos cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato. Ao usar a tecnologia para nos comunicarmos com alguém que está longe, não podemos tocá-los, sentir sua fragrância, saborear seus quitutes, mas ainda nos restam dois sentidos, e muito importantes: podemos vê-los e ouvi-los – é o que basta para a tecnologia digital, pelo menos por enquanto: superar as barreiras geográficas, conectar os membros da família e facilitar a comunicação. WhatsApp, Telegram, Skype, Facetime – apenas alguns toques no teclado de smartphones ou computadores nos separam de pessoas que podem estar do outro lado do mundo, o que faz as distâncias parecerem menores.

Um relatório do Banco Mundial de 2016 afirma que mais pessoas têm acesso a um telefone celular do que ao ensino médio, água potável ou saneamento – 8 em cada 10 pessoas no mundo possuem um telefone celular. A tecnologia é um instrumento barato e quase permanente para manter contato com seus entes queridos. Em alguns países, esse contato é obrigatório por lei, a fim de manter a custódia quando os pais trabalham longe das famílias.

O OUTRO LADO

Assim como uma faca por si só não é má, é o usuário que dela pode se utilizar com maus propósitos, assim também ocorre com a tecnologia. Ela foi feita para facilitar a comunicação, se não abusarmos dela. Mesmo que a tecnologia da comunicação tenha um impacto geral positivo nas famílias, ainda existem algumas desvantagens. O estudo da Ericsson, por exemplo, mostrou que a obsessão de algumas pessoas por smartphones e tablets está consumindo um valioso tempo que poderia ser desfrutado em família.

Viver longe de entes queridos não é fácil, mas aqueles que experimentam essa situação sabem como a tecnologia pode ajudar a se sentirem próximos. Neste Natal, muitas pessoas vão poder comemorar com aqueles que estão longe graças à comunicação online. Mais do que encurtar distâncias, a tecnologia também ajuda a unir famílias.