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Com a covid-19 oficialmente decretada pandemia global, forçando as pessoas a ficarem em casa, o home office passou a ser uma realidade, e muitas empresas precisaram repentinamente apoiar uma força de trabalho completamente remota. Porém, o que aprendemos sobre produtividade e home office nesta pandemia?

As pessoas passaram o último século aprendendo a ser produtivas dentro de um escritório, portanto, como mudar essa realidade tão rapidamente? O home office é um trabalho diferente. Os empregadores precisaram mudar a avaliação da produtividade, definindo e monitorando metas específicas, ao invés da simples presença no escritório; os funcionários, por sua vez, desenvolveram novos hábitos.

No início de 2020, antes, portanto, de ser decretada a pandemia mundial, o home office já estava em franco crescimento no Brasil. Segundo uma pesquisa da Catho na época, para 25% dos profissionais entrevistados o trabalho remoto já era uma prática presente por, pelo menos, uma vez por semana. E mais: a mesma pesquisa indicava que os impactos na produtividade profissional eram positivos para 72% dos respondentes.

Com o home office, as pessoas passaram a trabalhar mais felizes? Uma pesquisa recente também da Catho pode ajudar a responder esta pergunta: 65% dos entrevistados afirmaram aproveitar o trabalho remoto para fazer outras atividades, e uma das atividades favoritas dos brasileiros durante a pandemia relaciona-se diretamente à produtividade: estudar. Dos 7.000 entrevistados, 54% estavam fazendo pequenos cursos online, 45% buscaram cursos completos de qualificação, 28% participavam de palestras, webinars e/ou workshops e 27% estavam aprendendo um novo idioma. Além disso, a pesquisa revelou que não só de estudos vivem os brasileiros no período pandêmico: a maioria afirmou que prefere aproveitar os momentos com a família.

Trabalhar em casa tem algumas vantagens, mas também desafios. A migração para o trabalho remoto afeta as relações do trabalhador com o grupo familiar. Nesse contexto de enfrentamento da covid-19, conciliar home office e família pode ser uma tarefa não tão fácil e, para ser bem sucedida, estudiosos sugerem três ações: planejamento, disciplina e diálogo. Especialistas no comportamento humano, porém, dizem que, em momentos em que a sociedade enfrenta desafios ou há um grande aumento no sofrimento, as pessoas se orientam de maneira menos egocêntrica e mais centrada na família. Portanto, o home office forçado deve contribuir também para forjar relacionamentos familiares mais sólidos e duradouros.

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, algumas das maiores companhias de tecnologia liberaram gratuitamente o uso de ferrramentas que podem auxiliar equipes e profissionais a gerenciar o trabalho, mantendo a produtividade. A Microsoft disponibilizou o Microsoft Teams, seu “pacote de produtividade” na nuvem, para pequenas empresas nos próximos seis meses. O Google também franqueou acesso gratuito aos recursos avançados de videoconferência do Hangouts Meet até o dia 1º de julho. A Zoom suspendeu o limite de tempo para videochamadas na plataforma nas versões gratuitas. A Cisco liberou o acesso gratuito ao Webex, ferramenta de videoconferência para até 100 participantes simultaneamente, e a SAP liberou, por no mínimo 3 meses, a ferramenta Remote Pulse, que mede a evolução do trabalho em tempo real.

As grandes empresas de tecnologia foram algumas das primeiras a mudar para o trabalho remoto para todos os seus funcionários, aproveitando a infraestrutura pré-existente. A aceleração da tendência de trabalhar em casa como resultado da pandemia do novo coronavírus pode levar a uma série de consequências, uma delas as empresas reduzirem o tamanho de seus escritórios e com isso pressionar o mercado imobiliário corporativo. De qualquer forma, com home office ou trabalho presencial, esta quarentena forçada promete ser o catalisador de uma profunda transformação na maneira como nos relacionamos uns com os outros, principalmente no ambiente de trabalho.