Na Islândia, um teste com jornadas de trabalho mais curtas foi um enorme sucesso. A experiência demonstrou que cargas horárias semanais menores, e sem redução de salário, levam a um aumento de bem-estar e diminuição do estresse dos funcionários, sem queda na produtividade.
Entre 2015 e 2019, a Câmara Municipal de Reykjavik, capital da Islândia, juntamente com o governo nacional, incluíram mais de 2,5 mil trabalhadores, cerca de 1% da população ativa do país, em testes de uma jornada de trabalho reduzida. A proposta foi reduzir jornadas semanais de 40 horas para 35 ou 36 horas. Com isso, alguns trabalhadores escolheram remanejar as horas restantes em quatro dias, passando a ter as sextas-feiras livres. No período, os trabalhadores recebiam o mesmo valor por menos horas trabalhadas.
Diversos países também têm experimentado mudanças na jornada semanal de trabalho, incluindo Espanha, Nova Zelândia e Japão. Apesar de ainda ser uma realidade bem distante da maior parte das empresas do Brasil, alguns experimentos nesse sentido já estão acontecendo por aqui. Devido à pandemia da covid-19, diversas companhias passaram a buscar alternativas que promovessem o bem-estar e a saúde mental de seus funcionários, o que impulsionou iniciativas de redução de jornada, sem perda salarial.
No Brasil, nunca foi proibido contratar alguém para trabalhar menos horas do que o máximo permitido por lei. Existem limites máximos, e não mínimos. A legislação brasileira determina que a jornada máxima de trabalho seja de oito horas diárias e 44 horas semanais. Uma redução destes limites pode acontecer mediante negociação coletiva com sindicatos ou via acordo individual entre trabalhador e empresa.
A estratégia laboral de 4 dias por semana é uma prática de gestão de pessoas que visa a otimização da rentabilidade de uma empresa. Na jornada regular, o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional se torna bastante complexo, levando muitos compromissos pessoais ao adiamento ou ao cancelamento. A falta de flexibilidade do empregador pode ser um fator desmotivador. Todos temos problemas e questões pessoais a resolver, portanto, assegurar um dia útil livre para isso, em uma jornada de trabalho de 32 horas ou 40 horas redistribuídas, pode aumentar a motivação e o comprometimento dos empregados, impactando positivamente os resultados da organização.
Disponibilizar um calendário laboral de 4 dias por semana tem um efeito nítido no equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, com a criação de uma força de trabalho feliz e motivada. É uma estratégia relevante para otimizar os resultados da empresa e inovar sua cultura organizacional e, o mais importante, traz benefícios não só para o maior instrumento de valor de qualquer negócio, os colaboradores, como também para a própria organização.