Mais uma solução sustentável de mobilidade urbana surge nas grandes cidades brasileiras: o compartilhamento de veículos elétricos. Menos poluentes e mais silenciosos, eles oferecem uma série de benefícios.
Estima-se que em 2030 existirão 41 megalópoles mundiais com mais de 10 milhões de habitantes, que naturalmente exercerão grande atrativo para a população; nelas, normalmente, estão as melhores oportunidades de emprego, educação, serviços, cultura e saúde. A superpopulação, porém, será um desafio em todos os sentidos, o da mobilidade urbana um dos principais, por isso, desde já, as grandes cidades buscam alternativas para o automóvel, seja investindo em transporte público, expandindo as ciclovias ou mesmo restringindo a circulação de carros. Nesse cenário desafiador, os carros elétricos, menos poluentes e mais silenciosos, oferecem uma série de benefícios, mas o seu preço ainda cria uma barreira de acesso para a imensa maioria dos consumidores. O sistema de compartilhamento de carros, porém, com foco no veículo elétrico, pode ser o caminho para tornar a tecnologia acessível. A ideia surgiu em Paris, inspirada no sucesso do compartilhamento de bicicletas. Cidades como São Paulo, Brasília, Fortaleza e Curitiba já contam com esse serviço.
Operando em São Paulo e em São José dos Campos, a Beepbeep oferece o serviço com frota 100% energia limpa desde 2019. São compartilhados carros 100% elétricos, que podem ser usados por diversas pessoas ao longo do dia. Para pegar um carro da empresa, é preciso baixar o aplicativo e fazer um cadastro. Com a conta liberada, a reserva do carro é feita e o cliente tem até 30 minutos para retirá-lo em um dos estacionamentos parceiros da empresa. O próprio app é usado para ligar o veículo.
No Distrito Federal, o projeto VEM DF (Veículo para Eletromobilidade) tem como usuários servidores públicos do Governo do Distrito Federal, previamente cadastrados e autorizados a fazer uso dos veículos. Os protótipos em experiência no DF têm autonomia de 100 quilômetros e alcançam uma velocidade de 80 km por hora.
O Vec Itaú também funcionará de forma simples via aplicativo. Com testes previstos para o início de 2021, o serviço ficará disponível em um primeiro momento na cidade de São Paulo, porém a intenção é levar o compartilhamento de carros elétricos a outros grandes centros do Brasil, com a ideia de que o usuário não precise pagar uma taxa fixa mensal, mas um valor inicial somado a um custo por minuto de uso.
Funcionando desde setembro de 2016, o Veículos Alternativos para Mobilidade (Vamo), de Fortaleza, foi o primeiro serviço de compartilhamento de carros elétricos do Brasil e da América Latina.
A Prefeitura de Curitiba e uma grande montadora de carros fecharam uma parceria, em julho de 2020, para viabilizar o compartilhamento de carros elétricos na cidade. O sistema será implantado em três etapas até 2025 e terá 550 veículos elétricos compartilhados em uma área de 95 quilômetros quadrados.
Os veículos movidos a combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, parecem estar com os dias contados. O futuro é a eletrificação, ótima alternativa para garantir mobilidade com menor impacto ambiental. Com incentivos, investimentos e programas, em vários países ao redor do mundo, o que antes era tendência hoje avança velozmente. Os serviços de compartilhamento de carros elétricos são a forma mais eficaz de apresentar os carros elétricos ao público. Ao usá-los no mundo real e incorporá-los ao seu mix de mobilidade, o público descobre suas vantagens, incluindo seu potencial de autonomia, eficiência e emissões zero, além de mostrar seu manuseio ágil, suave e silencioso. As cidades e o meio ambiente agradecem.