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Quando arte e arquitetura se unem, surgem alguns dos edifícios mais inusitados e fascinantes de que se tem notícia. Conheça cinco dessas maravilhas arquitetônicas espalhadas ao redor do mundo.
1. Palácio das Bolhas, Cannes — projetado pelo arquiteto húngaro Antti Lovag e construído de 1975 a 1989, o Palais Bulles, ou Palácio das Bolhas, situa-se na Côte d’Azur, Cannes, França. São 1.200 m² de bolhas de concreto, banhadas pelo sol mediterrâneo. A obra, inspirada nas cavernas habitadas pelo homem primitivo e nas lúdicas bolhas de sabão, foi encomendada por um rico empresário francês. O segundo proprietário foi o famoso costureiro francês Pierre Cardin (1922 – 2020), que, a partir de 1991, ali passava suas férias e organizou festas extraordinárias. Linhas retas absolutamente não existem nesta edificação, é tudo um grande complexo de cúpulas interconectadas. Do chão ao teto, de fora para dentro, tudo é ondulante e esférico. A estrutura ocre se encaixa perfeitamente na encosta e combina com as montanhas Boulevard de I’Esterel na costa do Mar Mediterrâneo. Em seus últimos anos de vida, Pierre Cardin não morava mais no Palais Bulles, que agora se torna uma espécie de herança iconográfica de seu criador.
2. House Attack, Viena — o Museum Moderner Kunst (MuMoK), maior museu de arte da Áustria, por si só, já chama a atenção, por ter sido construído em um bloco de basalto escuro, com pouquíssimas janelas, quase um bunker. Dentro do MuMoK, porém, tudo é arejado e claro, com galerias altas e abertas e exibições espaçadas. Mas o seu exterior, que já era inusitado, ganhou uma atração a mais em 19 de outubro de 2006, quando foi inaugurada uma instalação representando uma casa de família, que atinge a fachada do museu como uma “bomba”: a “house attack”. A obra é do artista austríaco Erwin Wurm, que pretendia que o projeto quebrasse o pensamento arquitetônico dos chamados limites “normais”. A casa, construída com uma grande lacuna em forma de cunha no telhado, foi cuidadosamente colocada na posição antes de ser fixada à estrutura de aço do museu. A instalação já foi desmontada.
3. Dancing House, Praga — a capital da República Tcheca é uma verdadeira joia, uma das capitais mais charmosas da Europa. Nela se misturam com harmonia os estilos arquitetônicos gótico, renascentista, barroco e neoclássico, porém, um dos edifícios mais populares da cidade é no estilo desconstrutivista, assinado pelos arquitetos Vlado Milunić e Frank Gehry. A Dancing House (ou “Fred e Ginger”, como também ficou conhecida), inaugurada em 1996, foi um projeto polêmico por justamente contrastar com a arquitetura clássica da cidade, porém, o então presidente tcheco Václav Havel, que morou por décadas ao lado do local, apoiou intensamente o projeto, na esperança de que o prédio se tornasse um centro de atividade cultural. O edifício está localizado em uma seção densamente construída de Praga, na qual quase todas as estruturas têm estilo barroco ou art nouveau, o que faz com que a Dancing House se destaque ainda mais. O antes agitado debate, porém, acalmou-se e o edifício agora é visto como uma obra de arte, agregando valor à paisagem urbana de Praga.
4. Space Needle, Seattle — construída para a Feira Mundial de 1962, muitos arquitetos e designers participaram deste projeto, uma torre de observação localizada em Seattle, Washington, EUA. A torre, com 184 m de altura, tornou-se um ícone na paisagem da cidade, e nela funciona o restaurante giratório SkyCity a 150 m e um deck de observação mais acima, no qual se pode chegar por meio de uma viagem de 41 segundos de elevador. A estrutura de metal pode suportar ventos de até 320 quilômetros por hora, bem como terremotos de até 9,1 graus de magnitude. O topo da Space Needle possui 25 para-raios que ajudam a absorver e dispersar as muitas descargas elétricas que a estrutura recebe. Em 2018 passou por um processo de renovação, o qual incluiu 196 por cento mais cobertura de vidro do que antes, apresentando melhorias que tornaram a estrutura original mais evidente, proporcionando aos visitantes uma visão ampliada da cidade e da paisagem circundante.
5. Museu de Arte Contemporânea, Niteroi — quem nunca olhou admirado uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer? Inaugurado em 1996, o MAC não foge a esta regra, mais parecendo um disco voador que aterrissou no topo de uma falésia nas serenas águas da Baía de Guanabara. Na introdução do documentário francês “Un architecte engagé dans le siècle” (disponível no Youtube), o diretor Marc-Henri Wajnberg usou esta imagem, mostrando Niemeyer pilotando o MAC de Niteroi como se fosse uma nave espacial. Com 16 metros de altura e 50 m de diâmetro, o edifício abriga três andares de espaço para exposições, com um grande lago circundando a base. As curvas do museu se harmonizam perfeitamente com a vista para a cidade do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar e o mar. O museu é voltado principalmente para a arte dos séculos XX e XXI e possui o segundo maior acervo de arte contemporânea do Brasil. Visita mais do que obrigatória para quem for ao Rio, com uma rápida escapada a Niteroi.
Arte e arquitetura podem caminhar lado a lado. Quando isto se verifica, coisas notáveis acontecem. Aqui estão cinco projetos que exploram esta possibilidade, produtos de mentes criativas e racionais, unindo-se para criar obras que são, ao mesmo tempo, belas e funcionais.