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Como saber os impactos que um empreendimento causará no ambiente e na cultura das áreas afetadas? Para isso existe a Arqueologia Preventiva, que procura salvar vestígios arqueológicos que podem ser destruídos pela construção.
Quando se fala em Arqueologia, o que nos vêm a mente são pirâmides, faraós e toda a civilização do antigo Egito, mas o Brasil também tem seu patrimônio arqueológico. Quando os portugueses aqui chegaram, no século XVI, o país encontrava-se povoado por indígenas, que certamente deixaram vestígios ao logo dos séculos.
Foi o setor hidrelétrico que primeiro inseriu em suas diretrizes a necessidade de os sítios arqueológicos existentes nas áreas de inundação de seus empreendimentos serem objeto de salvamento anteriormente ao preenchimento dos reservatórios. Assim, a partir de meados da década de 70, foram feitos convênios entre empreendedores do sistema hidrelétrico nacional e instituições regionais, para a implantação de projetos arqueológicos de resgate em larga escala.
Dessa forma surgiu a Arqueologia Preventiva em nosso país, também conhecida como Arqueologia de Salvamento ou Arqueologia de Contrato, constituindo-se em uma prática da Arqueologia objetivando o cumprimento da Legislação Federal vigente no Brasil. Em todas as obras que precisem de um estudo de impacto ambiental, o EIA-RIMA, é necessária a execução de uma pesquisa arqueológica para a obtenção da Licença Prévia (LP), da Licença de Instalação (LI) e da Licença de Operação (LO).
A Arqueologia de Contrato é assim denominada porque profissionais de Arqueologia são empregados por contrato, por empresas públicas ou privadas, para a realização do licenciamento (concessão de permissão, licença) do projeto que a empresa quer implementar. Os arqueólogos avaliam quais impactos os bens arqueológicos sofrerão por efeito da construção e da atividade do projeto em questão. É, então, elaborado um parecer que decidirá o futuro dos vestígios arqueológicos impactados pelo empreendimento, podendo mesmo ser realizado o resgate ou o salvamento dos vestígios arqueológicos do local.
A maior parte da atividade arqueológica realizada no país é fruto de pesquisas feitas no licenciamento ambiental, portanto, a Arqueologia Preventiva é a principal responsável por encontrar vestígios e sítios arqueológicos no Brasil nos últimos anos. Na década de 2000, ela foi responsável por mais de 95% das pesquisas realizadas no país com autorização do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É a principal responsável pela proteção dos vestígios arqueológicos no Brasil e, portanto, extremamente importante para sua preservação.
A Arqueologia Preventiva ajuda a construir o futuro, preservando o passado, afinal, uma sociedade que não conhece seu passado não tem perspectiva de futuro.